Se você levar um pombo-correio a uma distância de até 800 quilômetros, ele dá uma volta e alinha o seu vôo na direção da sua casa. Voa sem parar, enfrentando chuvas, vento, frio, calor, fome e sede de chegar.
Esse fantástico sentido de orientação, uma espécie de bússola interna, é um talento especial dos pombos-correios. Voltar para casa rapidamente, mesmo enfrentado grandes dificuldades, faz parte do seu instinto de persuasão.
Os seres humanos têm talentos semelhantes a esse, só que muito mais sofisticados. Podem desenvolver-se bastante. Não se trata de um sentido de orientação para voltar as sua base, mas também de nortear um sentido para sua vida, um objetivo a ser perseguido e segui-lo rumo ao futuro.
O pombo não desvia da sua orientação mesma nas condições mais adversas, para chegar ao seu destino. Viabilizar talentos é ser como esses pombos. Nunca perder o rumo das coisas.
É importantíssimo que as empresas administrem seus talentos humanos com especial atenção para esses aspectos.
Para que a empresa de hoje seja competitiva, precisa ter gente da melhor qualidade, assim como precisa de tecnologia e de espaço no mercado. Esses fatores de competitividade são tão importantes que não podem ser gerenciados com a mentalidade de se gastar o mínimo para obter o máximo.
Departamento Pessoal, Relações Industriais e Recursos Humanos. Essas expressões, tão comuns nas últimas décadas, estão sendo substituídas por Talentos Humanos e pela Engenharia Humana. Além das funções que veio agregando desde os antigos Departamentos de pessoas, a Engenharia Humana incorpora como principal função o crescimento competitivo – que envolve o indivíduo, o grupo e toda a organização. “Engenharia humana é a ciência ou arte pela qual as propriedades da mente humana e seu processo mental tornam-se úteis para a organização” (Dirceu Maramaldo).
Processos mentais
Umas das principais características da Engenharia Humana Organizacional é o estudo dos processos mentais. Se um líder, ou chefe (chefe nem sempre é líder) der uma ordem ao subordinado, este obedecerá a quem deu a ordem? Não. Na verdade, ele obedecerá ao que seu próprio cérebro lhe indica como melhor coisa a ser feita. Se seu cérebro disser “faça”, ele fará.
Quem comanda o processo decisório de cada um, portanto, é a própria mente do indivíduo. E o bom líder, cada vez mais deverá entender como funciona a cabeça das pessoas. Cabe ao líder afastar um pouco do comando do processo as formas restritivas de inteligência e reforçar as inteligências impulsionadoras.
O líder de hoje deve ser principalmente um facilitador, alguém bastante habilidoso para extrair respostas dos outros, talvez de pessoas que nem tenham consciência do que sabem.
Um líder prepotente ou vaidoso, por exemplo, não conseguirá o comprometimento de sua equipe, como consegue o líder que valoriza os talentos do grupo, estimulando a todos para que se animem e se realizem sem que seja preciso esperar condições ideais para essa realização. E a vida do ser humano sobre a Terra, ao longo dos tempos, é uma incessante busca por tempos melhores. Há séculos, o filósofo Confúcio disse uma frase que até hoje é atualíssima: “O líder tem que ser um negociante de esperança”.