Qualidade, segurança, competitividade, ética, responsabilidade social – estas palavras estão em voga, não só dentro das empresas como também na mídia e em toda a sociedade. Os consumidores de hoje, muito mais conscientes, recorrem em massa ao Procon e aos jornais, em caso de insatisfação. A comunidade é capaz de promover boicotes a empresas que não respeitem os direitos do cidadão e o meio ambiente. A imprensa denuncia falcatruas e insiste em passar o Brasil a limpo. A opinião pública não quer mais que os casos de corrupção e impunidade virem pizza.
Quando se fala em qualidade, o que está em jogo não é apenas o produto ou o serviço, mas também a manutenção, o atendimento, a segurança dos consumidores e também dos profissionais envolvidos. O brinquedo na mão de uma criança, os alimentos na refeição de uma família, equipamentos de trabalho, meios de transporte, em tudo isso existe a dimensão segurança, como componente da qualidade. A idéia de qualidade, hoje, está estreitamente ligada a qualidade de vida.
Quando se fala em competitividade, também está em jogo muito mais do que preço baixo, prazo de entrega, aparência e tecnologia. Empresa competitiva é a que cumpre com sua responsabilidade social, promovendo ações comunitárias e zelando pelo meio ambiente.
E o próprio conceito de segurança está ficando mais amplo. Não é somente a segurança contra acidentes, ou contra a violência. É tudo o que possa garantir tranqüilidade, saúde e bem-estar. Ou seja, segurança é também um requisito da qualidade de vida.
Ética e responsabilidade social são as atitudes que se espera das empresas. Não é à toa que hoje se fala tanto em empresa cidadã: é a que respeita seus colaboradores internos, a comunidade onde ela está instalada, e toda a sociedade. Isso não é algo que dependa da bondade dos empresários: é uma questão de estratégia. No nível de consciência que tem hoje a sociedade, ética e responsabilidade social significam mais competitividade para a empresa.
Todos vendem seu peixe
Estamos sempre vendendo alguma coisa. Produtos, serviços ou idéias. Mas o que o cliente compra não é exatamente o que você vende, e sim o estado de espírito que ele pretende obter com aquilo.
O profissional que entende isso e procura aprender sempre, evoluindo o seu perfil profissional, passa a ser um verdadeiro emissário do bem-estar e da qualidade de vida. Para isso, ele tem que caprichar também no seu marketing pessoal, na sua formação cultural e técnica, na sua aparência e na qualidade do seu relacionamento com os clientes, sabendo que aquilo que ele está oferecendo é algo que não tem preço.
Tudo isso me lembra aquela conhecida história do sujeito, muito religioso, que se viu em meio a uma terrível inundação. Subiu no telhado de sua casa e as águas não paravam de subir. Então rezou fervorosamente e pediu a Deus que lhe mandasse um auxílio. Estava rezando quando passou um barquinho recolhendo sobreviventes. Ofereceram ajuda e ele respondeu que não precisava. Deus lhe mandaria um auxílio dos céus. Algum tempo depois, mais um barquinho passou por perto. Ele acenou dispensando ajuda, porque tinha toda fé na providência divina. Meia hora depois, ele já com água no pescoço, passou outro barquinho e sua fé foi novamente posta à prova, mas ele resistiu, pois Deus o salvaria.
Acabou morrendo, levado pelas águas da enchente. Chegou no céu resmungando: “Orei, tive fé e Deus não me socorreu!”, dizia ele. Só entendeu a mancada quando ouviu uma voz do alto: “Mas eu te mandei três barquinhos…”
Em nossas atividades pessoais e profissionais, podemos ser como os barqueiros dessa história. Sem superpoderes e sem oferecer nada de sobrenatural. Simplesmente trabalhando com amor e desenvolvendo bem os nossos talentos, todos podemos nos tornar, de alguma forma, emissários de Deus.