Um homem que estava para viajar chamou seus servos e lhes confiou seus bens. Decidiu dar a cada um segundo sua capacidade: por isso, deu a um deles cinco talentos, a outro deu dois e, ao outro servo, apenas um.
O que havia recebido cinco talentos foi logo negociar com aquele dinheiro e lucrou outros cinco. A mesma coisa fez o servo que recebera dois talentos, ganhando assim outros dois. Mas o que recebera apenas um talento cavou um buraco na terra e ali escondeu o dinheiro que lhe fora confiado.
Depois de um longo tempo, o senhor daqueles servos retornou e os chamou para a prestação de contas.
Apresentou-se o que recebera cinco talentos e entregou-lhe outros cinco, dizendo: “Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco, que ganhei.”
“Muito bem, servidor bom e fiel”, respondeu-lhe o senhor. “Foste fiel no pouco, então vou te dar poder sobre muitas coisas. Compartilha da alegria do teu senhor.”
O que recebera dois talentos aproximou-se também e disse:
“Senhor, dois talentos me entregaste. Aqui estão outros dois que ganhei.”
“Muito bem, servidor bom e fiel”, respondeu-lhe o senhor. “Foste fiel no pouco, então vou te dar poder sobre muitas coisas. Compartilha da alegria do teu senhor.”
Chegou, por fim, o que recebera só um talento, e disse:
“Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes onde nada foi plantado. Por isso, tive medo e fui esconder na terra o talento que me confiaste. Aqui o tens, intacto. Devolvo o que te pertence.”
O homem ficou indignado e reclamou: “Servo mau e preguiçoso! Se sabias que ceifo onde não semeei e colho onde não espalhei, devias ter aplicado o meu dinheiro para que, em meu regresso, eu recebesse com juros o que me pertence.”
E dirigindo-se aos empregados que estavam com ele naquele momento, ordenou:
“Tirem o talento que está com ele, para que seja dado ao que tem dez. Pois aos que têm será dado em abundância, enquanto a quem não tem, até mesmo o pouco que tem lhe será tirado. E quanto a esse servo inútil, lancem-no às trevas, onde haverá choro e ranger de dentes.”
Observação:
Entre os inúmeros textos que têm sido escritos sobre recursos humanos, este pode ser considerado, sem dúvida, como fundamental para entendermos a nova visão das questões ligadas a recursos humanos. Mas o curioso é que é um texto escrito há 20 séculos, que parece atual neste início de século e milênio. E não é um texto teórico, mas uma história bastante singela, uma parábola.
Para uma boa compreensão dessa história, é necessário ver com clareza o sentido da palavra talento. Essa explicação está no livro “Viabilizando Talentos”.