Scolari aposta muito na criação de espírito de equipa
Rui Hortelão
O livro ‘Voando Como Uma Águia’ tem sido uma das fontes de inspiração de Luiz Felipe Scolari para motivar os jogadores. A obra foi oferecida ao seleccionador pelo autor, João Roberto Gretz, em Janeiro, e contém pequenas histórias para ajudar a potenciar “a força do entusiasmo” entre as pessoas.
“Sei que ele tem usado o meu livro. Por isso, nas minhas palestras no Brasil, conto isso e peço logo desculpa por ser cúmplice de Scolari caso ele derrote o Brasil nas meias-finais”, conta ao CM o professor Gretz, autor de uma média de 200 palestras de motivação por ano e que em breve será editado em Portugal, pela ‘Prime Books’. Até agora, os seus livros só eram vendidos na internet (www.gretz.com.br), o que não impediu ‘Voando Como Uma Águia’ de chegar “acima dos 120 mil exemplares”.
“No intervalo, não dá para falar sobre tácticas ou coisas complicadas. Só dá para contar uma pequena história, na qual os jogadores se revejam e ganhem força para dar mais uma corrida. Como as que estão no meu livro”, afirma o brasileiro, que aconselha Scolari a concentrar-se para o jogo de hoje nas histórias que falem de “sofrimento, sacrifício e muita autoconfiança”. Gretz explica: “Muitas vezes, as pessoas só têm problemas porque se concentram neles e não vão em busca de soluções. Por isso, disse a Scolari para dar atenção ao cap. 18, que fala de como a águia se prepara para caçar e sobreviver.”
Para o jogo de hoje, o autor que substituiu Sun Tzu nas preferências de ‘Felipão’ está “optimista” e deixa uma mensagem ao técnico: “Conte-lhes histórias que mostrem que com o coração se consegue as coisas mais impossíveis.”
SCOLARI DEFENDE PLENO E JÁ AMEAÇA ZAGALLO
Com onze vitórias em onze jogos, Luiz Felipe Scolari é já terceiro no ‘ranking’ dos treinadores mais vitoriosos, do Mundial, atrás de Mário Zagallo (14 triunfos em 20 jogos e três Mundiais) e de Helmut Schön (16 em 25 jogos e quatro Mundiais), mas é o líder absoluto em termos de percentagem de triunfos: 100%. O seleccionador inglês, Eriksson, por exemplo, não ultrapassa os 55%.
A ‘performance’ é ainda assim bem superior à de Carlos Alberto Parreira, que regista umas escassas 9 vitórias em 19 jogos e cinco participações em Mundiais. No entanto, se confinarmos o registo de Parreira à ‘canarinha’ (81% de vitórias) ele junta-se automaticamente a Pozzo e Telé Santana na guarda de honra ao insaciável Scolari. Note-se que estes dois – Felipão (sete) e Parreira (quatro) – são co-responsáveis pelo recorde corrente do Brasil: 11 vitórias consecutivas no Mundial.
Para ‘Big Phil’ terminar o Mundial empatado com o mítico Zagallo (14 vitórias) só há três possibilidades. ganhar – ganhar – e ganhar.
Fonte: Correio da Manhã