Qual é a melhor empresa para se trabalhar?

No meu livro mais recente, “Sustentabilidade da alma”, dedico um capítulo a um tema que me parece uma tendência interessante em muitas empresas atuais: a capelania empresarial. Esta atividade, sem estar vinculada especificamente a nenhuma religião, envolve um profissional que, muitas vezes como voluntário, presta auxílio aos seus colegas na dimensão espiritual. Podemos chama-lo de capelão. Ele lida com o estado de espírito das pessoas que o procuram por estarem vivendo problemas emocionais, conflitos familiares, alcoolismo, depressão, etc. Não é uma psicoterapia, geralmente desvinculada da empresa, e sim um acompanhamento pessoal, dentro do próprio ambiente de trabalho. Uma relação confidencial, respeitando a privacidade de cada um, como costuma acontecer entre um sacerdote e os integrantes de uma igreja, daí o nome capelania empresarial.

São impressionantes os resultados de uma pesquisa realizada com empresas que já implantaram esse tipo de atendimento: o número de demissões caiu de mais de 20% ao ano para apenas 2%. Resultados extremamente positivos, alcançados não pelo capelão nem pela direção da empesa, mas pelas próprias pessoas que superam seus problemas ao desenvolverem sua inteligência espiritual. Conselhos, reflexões e atitudes podem ajudar as pessoas a resolver seus problemas pessoais e profissionais.

Essa atividade pode contribuir bastante para o sucesso da empresa, porque melhora o estado de espírito das pessoas e, com isso, o entusiasmo, a produtividade, a frequência, a qualidade, o comprometimento e muito mais. Nas empresas onde foi adotada, a capelania está gerando ótimos resultados para economia e para os lares dos envolvidos, fazendo deles pessoas mais esperançosas, felizes e realizadas.

E nas organizações que ainda não contam com esse recurso? Na verdade ainda são poucas as empresas dispostas a colocar um capelão entre seus colaboradores. Mas há um tipo de gente que toda empresa, sem exceção, tem que ter em seus quadros: os líderes.

Precisa-se de líderes

“Mais do que pagar um salário e oferecer vantagens e benefícios atraentes, um ótimo local de trabalho é aquele em que os colaboradores acreditam nos seus lideres, têm orgulho do que fazem e gostam das pessoas com quem trabalham” – dizem os autores do livro “A melhor empresa para trabalhar”, de Michael Burchell e Jennifer Robin.

Analisando a importância do líder, eles afirmam que a grande missão da liderança eficaz nas organizações modernas é fortalecer a confiança, o orgulho e a camaradagem no local de trabalho.

A confiança torna o grupo mais forte e mais arrojado. Para que ela aconteça, é preciso que o líder tenha credibilidade (dando informações corretas aos seus colaboradores), respeito (apoiando os colaboradores como pessoas) e imparcialidade (evitando favorecimentos na equipe).

Além da confiança, os autores destacam a importância de sentirmos orgulho do trabalho que fazemos, das conquistas da nossa equipe e da contribuição que a empresa presta à comunidade. Outro sentimento fundamental é a camaradagem: uma característica das melhores empresas para se trabalhar é o ambiente agradável, familiar. Os líderes são decisivos para gerar esse ambiente saudável entre as pessoas.

Em resumo, os líderes lidam com pessoas e, para isso, têm que estar antenados aos temas que nos afetam no dia a dia: família, saúde, profissão e finanças. Sem deixar de lado as dimensões do amor ao próximo, da autoestima e da espiritualidade. Essas dimensões não deixam de existir durante o horário de trabalho. Pelo contrário: estão presentes todo o tempo e precisam ser consideradas.

“O que você diz pode salvar ou destruir uma vida; portanto, use bem as suas palavras e você será recompensado.” (Provérbios 18:21)