Um homem estava viajando por uma estrada e, em certo trecho da viagem, encontrou um pastor com um grande rebanho de ovelhas. Parou o carro e abordou o pastor:
“Se eu adivinhar quantas ovelhas tem o seu rebanho, o senhor me dá uma ovelha?”
O pastor esboçou uma expressão de curiosidade e isso foi o bastante para ele pôr mãos à obra. Abriu o laptop, olhou para o rebanho, fez uns cálculos e disse:
“O senhor tem 1.680 ovelhas.”
“Está certo, pode levar a ovelha”, respondeu o pastor, um tanto desconcertado.
Quando ele ia saindo com a ovelha, o pastor chamou e lhe disse
“Se eu adivinhar a sua profissão você me devolve a ovelha?”
“Claro”, respondeu ele, surpreso.
“Você é consultor. Primeiro, porque eu não o chamei para vir aqui. Segundo, você cobrou para me dizer uma coisa que eu já sabia. Terceiro, você mostrou que não entende do meu negócio. Então, por favor, devolva o meu cachorro.”
Realismo e parceria
Esta história me foi contada recentemente por um amigo, empresário, que regularmente contrata consultores para colaborar com sua empresa. Como se vê, a idéia que os empresários fazem do consultor nem sempre é das mais positivas. Como esta, existem outras piadas sobre esses profissionais, muitas delas motivadas por situações de mudança que não ficaram bem digeridas por alguns setores da empresa, ou por pessoas que se sentiram prejudicadas.
Como o consultor tem uma passagem temporária, sugere muitas mudanças e não consegue fazer milagres, sempre fica uma situação mista. Alguns elogiam e outros criticam. É uma situação de alto risco, no que diz respeito à imagem do profissional. O consultor estabelece uma relação de parceria, na qual nem tudo depende dele: o sucesso de seu trabalho também depende muito da empresa. Por outro lado, não adianta prometer demais para conquistar o cliente, e depois sair deixando dúvidas sobre sua competência.
O que os empresários esperam do consultor? Eles esperam soluções: para seus problemas de gestão; para seus problemas de sucessão; para seus problemas de organização. A consultoria organizacional tem sido, ultimamente, uma das mais requisitadas, pois lida com situações críticas de mudanças que os profissionais de dentro da empresa não têm condições de fazer, muitas vezes envolvendo remanejamentos e cortes de pessoal.
O consultor que chega a uma organização, na maioria das vezes parece que está trazendo, no bolso do colete, a solução salvadora. Essa é uma atitude equivocada e arriscada. É fundamental ser bastante realista e evitar toda forma de prepotência ou idealização.