Em uma terra distante, havia uma montanha de bronze tão alta que parecia tocar as nuvens. A cada cem anos, aparecia um pássaro para afiar o seu bico no alto daquela montanha.
Um velho sábio vivia em uma cabana ao pé da montanha. Certo dia, ele foi procurado por um discípulo que estava intrigado com uma questão:
“O senhor sempre me diz que a vida é passageira, e que depois vamos para a eternidade. Mas o que é eternidade?”
O mestre sorriu, respirou calmamente, olhou para a grande montanha de bronze e respondeu:
“Você sabe que, uma vez a cada século, vem um pequeno pássaro afiar o bico no cume daquela montanha de bronze… Então imagine comigo: se algum dia essa montanha vier a se extinguir por causa disso, desgastada pelo bico dos pássaros que aqui vêm a cada cem anos, esse tempo ainda não seria nada perto da eternidade…”
Esta é uma de minhas histórias preferidas, e de vez em quando gosto de contá-la em minhas palestras, porque nos mostra com singeleza que o tempo vivido por nós aqui na terra é muito pequeno em comparação com a eternidade. Por isso, entre tudo o que temos na vida, os bens de maior valor são imateriais: amor, saúde e bem-estar. Estes são bens duradouros, riquezas que não se extinguem.