Tenho feito palestras em todo o Brasil para todos os segmentos do mercado. O que tenho percebido é que, mesmo diante da atual situação econômica do Brasil, com todo mundo falando em crise, algumas empresas estão bem.
Mas como? Então não existe crise para essas empresas? Como é possível que elas estejam bem, se a economia passa por um momento tão difícil?
Vamos refletir um pouco sobre estas questões. Não se pode negar que o país está passando por um momento difícil e que os efeitos dessa conjuntura impactam todos os setores. Mas há uma coisa que pode mudar de uma empresa para outra e de uma pessoa para outra: a atitude diante dos fatos.
Recentemente estive fazendo uma palestra na cidade gaúcha de Antônio Prado, a mais italiana das cidades brasileiras, e pude constatar que a economia ancorada em produtos locais, como as frutas, os vinhos e diversos produtos derivados do trigo, além da confecção de móveis, faz do município uma exceção. Estão precisando buscar mão de obra nas cidades vizinhas, num momento em que o desemprego atinge níveis preocupantes em todo o Brasil.
Outro exemplo: fiz uma palestra há poucos meses para uma cooperativa do Paraná, que produz diversos alimentos, e os resultados estavam animadores. Para eles não havia crise. Mas a 100 quilômetros dali, visitei outra cooperativa do mesmo setor, onde ouvi esta palavra sendo repetida a cada minuto: crise, crise, crise.
Não se trata de fechar os olhos às dificuldades. Todos sabem que há tempos de vacas gordas e de vacas magras, tempos de chuva e de seca, tempos de se desfrutar a prosperidade e tempos de economizar. O que não pode faltar é a confiança. E jamais podemos substituí-la pelo desânimo.
Quem não perde a confiança e busca alternativas está administrando melhor este momento da economia. As crises passam. O que permanece é a eficiência do negócio. As empresas capazes de resistir e até de crescer na crise são as que se alicerçam na excelência dos produtos e dos serviços, acreditando que o comprometimento da equipe faz a diferença. Trabalhando cada vez melhor a gente cresce na crise.
Para isso, mais do que nunca o ser humano é decisivo, e não as máquinas. Em um hotel na Nigéria, li o seguinte cartaz: “Se eu treino as pessoas elas podem ir embora. Pior se eu não treinar e elas ficarem”.
Quero então recomendar aos leitores uma “receita” que vai ajudá-los em qualquer atividade:
– Mantenha-se informado sobre o que se passa no seu pais e no mundo.
– Procure estar preparado para lidar com as novas realidades do mercado.
– Disponha-se a aprender sempre, para estar capacitado em novas situações e técnicas.
Precisamos de um “choque de confiança” em nosso país. E isso não depende do governo, mas sim de cada um de nós. O que está errado só muda para melhor se mantivermos a confiança de que é possível melhorar.
Acima de tudo, tenhamos entusiasmo pela vida. Lembre-se: o otimista acha que vai dar certo; o entusiasta faz dar certo.