Existe hoje um excesso de informação, mas falta foco, falta envolvimento.
Prof. Gretz
Comecei a trabalhar com menos de quatro anos de idade, ajudando meus pais. Trabalhar assim tão cedo não me fez mal, pelo contrário: agora aos 70, estou muito bem, graças a Deus. Ajudar meus pais não me impediu nem um pouco de brincar e de estudar. Na verdade, eram tarefas simples, para que eu ficasse junto deles, participando da vida laboriosa que eles levavam com alegria e também com muita disciplina.
Minha mãe, Dona Ana, arrancava as batatinhas e as deixava no chão, para que eu pegasse, uma por uma, e colocasse numa lata, que depois eu levava até uma caixa, onde descarregava as batatas.
Como toda criança, depois de fazer umas cinco vezes a mesma coisa eu já queria mudar de atividade. Então coloquei a latinha ao lado de minha mãe e falei:
– Mãe, por que você não pega a batatinha e coloca na lata, em vez de deixar no chão?
Com seu jeito de mulher russa, forte, acostumada ao trabalho, ela falou:
– Está com preguiça, menino?!
Meu pai, que estava em outra tarefa, perguntou de lá:
– O que foi, Ana?
– É o menino. Está com preguiça! – ela exclamou, enfatizando bem.
Aquilo entrou na minha alma. E eu disse para mim mesmo: “Nunca mais alguém vai me chamar de preguiçoso”.
Quem me conhece sabe: eu posso ter vários defeitos, como todo mundo. Mas uma coisa que eu não tenho é preguiça. Aqui tem é coragem, determinação, entusiasmo!
É a força do entusiasmo que me faz ultrapassar a marca de cinco mil palestras, para mais de quatro mil clientes, nestes 38 anos de carreira. Palestras que nunca são iguais, porque em grande parte são construídas pelo briefing do cliente e pela participação do público, que já totaliza dois milhões de pessoas. É muito bom inovar a cada dia, e saber que a mensagem que transmitimos permanece por muito tempo na memória de quem nos assiste. Sempre encontro pessoas, principalmente em aeroportos ou em eventos, que depois de muitos anos se lembram de coisas que falei em uma palestra.
Dizem que quem assiste a uma palestra minha não esquece – e eu vou contar o segredo disso: são as histórias. Quem ouve uma boa história nunca mais esquece, embora a pessoa que contou possa até esquecer, talvez porque já esteja focado em novas histórias. Outro segredo: é fundamental ter bom conteúdo, humor e conexão com o público. Além disso: ser verdadeiro e atuar dentro de sua zona de força, onde você tem condições de transmitir às pessoas o melhor de você. Ser sempre lembrado e recontratado por antigos clientes me motiva a permanecer tantos anos no mercado de palestrantes. Mas a principal razão é a certeza de estar levando entusiasmo para as pessoas.
Estamos vivendo um momento em que o entusiasmo torna-se imprescindível, mais do que nunca, nos diversos setores da vida pessoal, profissional, espiritual, social, econômica e política. Precisamos acionar essa fonte de energia, nas empresas, na administração pública, nas escolas, nas instituições em geral. Por isso, tenho feito uma palestra com o tema “Acelerando com Entusiasmo e Inovação”, em que falo sobre desafios e oportunidades dos tempos de hoje.
Existe hoje um excesso de informação, mas falta foco, falta envolvimento. As pessoas se dispersam e se distraem com muita facilidade, olham o tempo todo para a telinha do celular e interagem menos com os colegas ao lado ou com os familiares. O próprio comprometimento com a missão e com as metas da empresa fica prejudicado, em meio a tantos apelos de toda parte. É preciso resgatar o envolvimento, reforçar a motivação, por meio de eventos que aproximem mais as pessoas, olho no olho, pensando juntos, assumindo compromissos com as boas práticas e vestindo a camisa da empresa, dos nossos próprios sonhos de vida e de um mundo melhor para toda a humanidade.